sábado, 11 de setembro de 2010
Todos nós precisamos de bons amigos.
Quero deixar escorrer no tempo, o que já não me pertence mais. Deixar ir para longe, tão longe, que é até fácil não mais lembrar, não mais se importar. Pessoas, momentos, dias, coisas e até mesmo memórias inteiras, tudo o que não faz mais sentido ficar aqui, aquele tudo, que eu não quero que atrapalhe meu presente.
Porque eu quero sorrir a noite inteira, sem culpa alguma. Eu quero esquecer meu nome e de onde eu vim, quero dançar sem motivo e até mesmo, ficar olhando para um belo par de olhos. Não vejo erro e nem negação, em sorrir um pouco, sem culpa e sem grandes explicações. Eu quero me manter aqui mais um tempo, só para sorrir um pouco mais.
Deixa o tempo escorrer, quero vê-lo escorrendo, como se fosse cristal. Deixa o tempo escorrer, pois não quero contá-lo. Eu quero fingir que tanto faz, se veio ou se já partiu.
Então deixa o tempo escorrer, enquanto eu estou sorrindo aqui. Mesmo fazendo e dizendo bobagens, deixe-o virar cristal. Porque o tempo pode ser nosso, é só me deixar ficar aqui e sorrir.
Gargalhadas, brincadeiras, histórias eu quero saber mais. Mais sobre mim e mais sobre eles, eu quero gritar e ninguém ouvir, então deixa tudo assim. Solte aquela gargalhada comigo, fale de desenhos animados, fale de sorvetes e de famílias. Mas solte aquela gargalhada ou simplesmente sorria, quem sabe prefira dançar ou até mesmo, sentar e contar, sobre a sua vida.
Contar sobre você e sobre seus planos. Então fiquemos aqui, porque eu quero sorrir nesse mundo, eu quero esquecer. Deixe com que o errado se torne certo, deixe com que o sentimento se torne real, mas não o programe. Apenas deixe, se tornar real.
I forgot to say out loud how beautiful you really are to me
I can't be without you, you're my perfect little punching bag
And I need you, I'm sorry.
sexta-feira, 25 de junho de 2010
Mas pelo que eu sofreria? Eu sempre soube me defender dos fantasmas tão bem. Porque agora parece ter algo diferente?
Mão há nada diferente em mim, esta tudo exatamente como deveria estar.
Não me culpe. Mas de vez em quando eu choro.
- Antigamente era fácil ver o tempo não passar.
Brasília, sexta 25 de junho de 2010. 14:29
Eu não quero colecionar numeros ;)
Quando eu era criança, tinha coleções de bonecas, cartões, folhas, tampinhas de garrafa e tudo que fosse colorido o suficiente para chamar a atenção de meus olhos. Eu passava o dia todo no quarto de brinquedos, nada podia ser mais importante. Minhas bonecas falavam, meus cartões ganhavam rabiscos, as folhas se transformavam dobraduras; no entanto, não tão corretas, dobraduras; e as tampinhas... Ah, as tampinhas! Todo tão colorido tão inocente!
Minha mãe chamava aquilo de "bagunça", "lixo". Talvez ela não encontrasse um significado claro para aqueles vários sorrisos que o pequeno e intrigado rostinho dava durante aqueles momentos. Mas pra mim era tudo simples: Eu tinha com o que brincar, a quem contar histórias, com quem chorar... não me faltava mais nada!
O tempo passou e eu aprendi que as minhas coleções de coisas coloridas que destruíam qualquer silêncio e me teletransportavam para outro mundo, já não passava de entulho.Eu cresci. Aquele rostinho pequeno e intrigado, se transformou em feições silenciosas e distantes. E ainda fico em choque, porque agora descobri que pessoas colecionam pessoas: "Quanto mais melhor!" e nisso em que acreditam e o nome que eles dão para tal absurda coleção é: amigos.
Procurando uma esplicação pra tal coleção em livros, encontrei o verdadeiro significado da palavra, e dizia o seguinte: "Amigo; aquele que ama, que estima, aprecia..." Ai, percebi que essa palavra tão forte e carregada de bons sentimentos não poderia de forma alguma, ser designada para uma coleção de pessoas. Afinal, nenhuma dessas pessoas com as suas grandiosas coleções de "amigos", exercem algum sentimento próximo ao verdadeiro. O nome certo para essa coleção é “números”. Número; Palavra ou símbolo que expressa a quantidade.
E quanto mais eu pensava nisso, mas me chocava... Como todas aquelas pessoas ao meu redor podiam colecionar números? Colecionar números não tem graça! Acho que essas pessoas gostam de matemática, ou apenas gostem de acreditar que tem poder sobre "quantidades". E descobrindo essas chocantes e terríveis coleções, comecei a odiar ainda mais números. Matemática não é pra mim, nunca foi! Não gosto de contar.
Mesmo que tenham tentado me influenciar dizendo que essas coleções são boas. Eu não consigo gostar! Prefiro minha coleção incompleta. Me sinto feliz, por ter apenas algumas peças, um "numero" pequeno e assim não terei problemas na contagem. Tenho pucas peças sim, mas são peças únicas que não se encaixam em coleção nenhuma, essas ‘peças’ sim, tem o direito a serem chamadas de "amigos", em todo o seu verdadeiro significado.
Friso, que para mim tem significado.
sábado, 12 de junho de 2010
Sobre a chuva e o vento.
É engraçado que esse sentimento me tenha ocorrido agora, afinal, hoje eu poderia escrever sobre varias outras coisas. Mas sinceramente, quando isso tudo me ocorreu, esqueci todos os outros tópicos do dia.
Queria poder refrescar-me a memória e sentir aqui dentro, lá onde esquecemos os detalhes que por algum motivo não são tão importantes, essa saudade imensa. Queria hoje, em troca de qualquer coisa, poder estar no meu quarto, como fazia imperceptível e ate involuntariamente, naqueles finzinhos de tarde, quando o céu já estava escuro, e poder ouvir os primeiros pingos da chuva que caiam doloridamente na janela fazendo aquele ‘tac- tac’ sonolento. Sentir chegar um frio que fazia-me encolher para baixo do cobertor, e sentir o cheiro da chuva nas plantas, e em todo o resto. Toda aquela tranqüilidade tão pouco apreciada. Ah, como eu queria poder estar olhando aquela parede semi-cinza, como eu queria poder dar mais um daqueles típicos ‘boa noite’ pro meu pai. Ocorreu-me de ligar para dizer boa noite a ele agora. Mas não me traria novamente aquelas sensações.
Quem dera eu poder novamente ter tempo, janela, e chuva para apreciar aqueles sentimentos. Sentimentos esses que a chuva me causava. Mas os sentimentos nunca são iguais não é mesmo?
Talvez hoje, pelo cansaço, eu deixaria passar por despercebido tudo o que aqui está descrito.
Mas sinto uma vontade enorme de pegar todas as antigas folhas de calendário, voltar os ponteiros do relógio com o dedo, e estar uma outra vez em casa. Queria correr, para algum lugar dentro de mim, onde tudo aquilo ainda está intacto. Assim como as sensações daquelas chuvas.
E é escrevendo que consigo algo bastante próximo a essa minha vontade. Talvez as palavras sempre me salvem de mim mesma.
- Minha eterna maneira de escorrer sentimentos.
Brasilia, sábado 12 de junho de 2010. 00:38
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Ainda era cedo
- Respire, respire! – repetia para si mesma.
A menina andava de um lado para o outro, ao lado de um quiosque de informações. Seus olhos encaravam o chão, seus passos eram apressados e o nervosismo a fazia estralar os dedos, coisa que odiava fazer e julgava doloroso.
- Eu... Eu preciso embarcar. - o garoto apareceu dizendo, com a voz falhada.
Subitamente a menina parou, levantou a cabeça e começou a encarar o garoto. Seus olhos demonstravam um enorme desespero.
- Não, ainda é cedo! – ela exclamou, haviam lágrimas escorrendo com rapidez em seu rosto.
- Não há o que eu possa fazer... Sempre será cedo. – o garoto admitia olhos marejados de lágrimas – Merda! Como é difícil!
O garoto admirou a menina, com um sorriso um tanto vaciloso.
- Quando eu voltar, vou querer você exatamente como é agora. – disse olhando a menina – queria poder congelar você.
A menina riu com as palavras. Suas ações foram tomadas pelo medo, a única coisa que conseguiu fazer, foi tirar seu anel do dedo e pousá-lo na mão do menino.
- Para nunca se esquecer de mim. – sorriu com lágrimas.
- Jamais me esquecerei de você, minha bonequinha.
Com um impulso súbito, o garoto a abraçou muito forte, de uma maneira que nunca havia a abraçado. Logo, o abraço, fora interrompido pelo anúncio da última chamada para o embarque do vôo dele.
- Preciso ir embora, amor. – encostando a testa na testa da menina.
- Não vá! Um ano é muito tempo sem você. – a voz dela fraquejava e demonstrava medo.
O garoto sorriu falsamente e a abraçou novamente.
- Eu te amo. Muito. – dando um beijo na menina.
- Eu também te amo, sempre amarei.
Ele sorriu e se distanciou. Deu as costas para a menina, que estava totalmente imobilizada. Seguiu com passos rápidos para a porta da sala de embarque. Antes de entrar olhou para trás.
- Vou voltar para você, garota! Eu prometo!
A menina sorriu e ele retribui o sorriso. O garoto então correu até a menina, lhe deu um último beijo e sorriu, um sorriso tranqüilo e sincero, novamente deu as costas e se foi. A menina, que o observava com um olhar agoniado entrando na sala, abraçou o ursinho que tinha ganhado com o cheiro dele. Instantaneamente, lágrimas saíram de seus olhos, enquanto o via partir. Ela o viu simplesmente indo embora. A deixando com lembranças e saudades, a deixando sozinha. Fazendo-a esperar a incerteza de sua volta.